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Loendro

Este disco é o resultado de uma viagem pelo território geográfico, demográfico e emocional do concelho de Alandroal, com paragem demorada na sua paisagem sonora, sobretudo musical e literária.Aprendemos o Cântico ao Horto das Oliveiras na Festa da Santa Cruz com Balbina Bexiga, na Aldeia da Venda; uma contradança popular com o António Claréu, em Rosário; as Saias de Ferreira com o António Coelho e o Dino; as décimas e o som que fazem quando são ditas pelas vozes do Patacho e do Mancha. Com o Ricardo Pacífico, lemos o Ti Limpas a cantar mágoas e mangações. Nas Hortinhas, fomos guiados pelo Zico, pelas suas histórias e cantigas que vão saltando das fitas das cassetes e da memória das gentes para os ensaios do grupo Trigueirão no Relheiro.Da memória gravada em fita, aprendemos a Abertura do Auto da Criação do Mundo, dos incontornáveis Bonecos de Santo Aleixo, que marcaram várias gerações de alandroalenses. Percebemos que tínhamos cinco elementos, como dedos de cada uma das mãos: As melodias microtonais dos cânticos da Santa Cruz, os bonecos e a sua música/dança em modos maiores e menores, as saias, uma dança ancestral que quisémos resgatar, e

aquele que é um dos elementos mais fortes da cultura popular alandroalense: a poesia, sobretudo na forma de décima, com mote de quatro versos e quatro estrofes de dez versos cada uma. Quando mergulhámos na poesia, percebemos a sua relação, por vezes íntima, com algumas formas de fado, fado/canção. Aprendemos as melodias e quisemos devolvê-las ao som de um ensemble de viola campaniça, viola da gamba, gaita de fole e percussões, a que juntámos vozes de dizer e de cantar. Dividimos o disco em duas partes com cinco músicas cada uma. Na primeira parte (faixas 1 a 5), apresentamos arranjos para música e poesia popular que aprendemos nesta viagem e que mencionámos em cima. Na segunda parte (faixas 6 a 10), apresentamos cinco composições novas, inspiradas nas texturas sonoras e formas musicais/coreográficas e literárias da primeira parte. Temos um disco espelho, em que um lado reflete as ondas sonoras do outro, mesmo que estas habitem espaços e tempos diferentes; mesmo que a linha de tempo, entre si, seja tudo menos linear. Loendro é matriz e portal para um lugar-tempo onde se purgam mágoas e se dançam sonhos, memórias e mangações.

Raia

António Bexiga - Viola Campaniça

Cardo-Roxo

Antony Fernandes - Gaitas de fole e Voz

Carmina Repas Gonçalves - Viola da gamba e Voz

 

Composição e Arranjos - Raia e Cardo-Roxo

Produção | Projecto Cardo

Captação, edição e masterização – Daniel Santos e Ricardo Torres

Pesquisa, gravação vídeo, entrevistas, produção e fotografia - Carla Dias

Design gráfico – Cristina Viana

Raízes da Oralidade

Ouvir no 

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