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Em terra seca

Búzios

MARRAFINHAS
OS DESAFIOS DA PERFORMANCE MUSICAL

Ficha Artística e Técnica

Intérpretes/Criadores

Antony Fernandes

Carmina Repas Gonçalves

Daniela Leite Castro

Tiago Manuel Soares

Com a participação especial de:

Ana Maria Pereira

Abel Andrade

Daniel Santos

Agradecimentos

Câmara Municipal de Lousada

Movimento Sénior de Nogueira - Júlia Soares Sousa, Maria Emília da Silva, Maria Fernandes da Silva, Maria Guiomar Almeida, Maria Augusta Ribeiro, Maria Albertina Batista, Maria Aurora de Sousa, Leocádia Conceição Dias)

Ana Maria Pereira

Mariana Cardoso

Captação e edição de imagem

Abel Andrade

Captação de som

Daniel Santos

 

Edição e montagem de som

Daniel Santos e Ricardo Torres

Elaboração de conteúdos pedagógicos

Carmina Repas Gonçalves

Direção Artística e produção

Projecto Cardo

Músicas

Marrafinhas

Santo Tirso

 

Passarinho

Santo Tirso

 

Erva-Cidreira

Lousada

 

Desgarrada

Versos improvisados inspirados em canções de Lousada e na Mata de Vilar

Filmado em na Mata de Vilar, Lousada

Apoio

Câmara Municipal de Lousada

Direção Geral das Artes

República Portuguesa

Objetivos específicos

  • A música como brincadeira e companheira de tempos livres

  • Compreensão do lugar de cada um no grupo

  • Escuta, coordenação e confiança na performance

  • A vontade do outro vs a minha vontade

  • O ritmo enquanto jogo e exercício de criatividade

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Lousada


“O concelho de Lousada localiza-se no norte de Portugal, cobre uma área de 96,08 km2 e integra a região natural do Douro Litoral, na sub-região do Vale do Sousa. Este é um território profundamente moldado pela mão humana, coexistindo numa verdadeira malha agroflorestal intrincada, de áreas cujos métodos agrícolas tradicionais são ainda hoje mantidos, como a lavra com burro, a moagem tradicional do cereal em moinho de água ou a compartimentação das parcelas agrícolas com a vinha do enforcado. O vale do Sousa alberga mais de 400 espécies botânicas e mais de 170 espécies de vertebrados, salientando-se a ocorrência de mais de meia centena de espécies com particular valor para a conservação, como endemismos ibéricos, espécies protegidas ou com estatuto de conservação desfavorável. Além dos valores naturais, Lousada tem preservado o seu património tradicional, que é assegurado por instituições como a Rota do Românico, projeto turístico-cultural, que em Lousada reúne seis monumentos, mas também por grupos de folclore federados, grupos de cavaquinhos, grupos de teatro, entre outros. Destaca-se a Associação de Cultura Musical de Lousada (ACML), fundada em 1975, com o objetivo de dinamizar a banda de música de Lousada, existente desde o ano de 1855. A ACML é, desta forma, uma instituição com competência na área da formação musical, através do Conservatório do Vale do Sousa, impulsionadora do património e cultural, quer com a sua Banda de Música e Coro Feminino, e Escola de Ballet. Todas estas expressões artísticas possuem nas suas raízes, de Lousada, uma profunda ligação à natureza, que, face às elevadas pressões das atividades humanas, cada vez mais importa preservar e conservar. Das músicas, cujas letras falam das culturas agrícolas, das árvores e dos animais, podemos extrair conhecimento sobre o património natural e até traçar um cenário de como seria o território há dezenas ou centenas de anos. A consciência ambiental e a importância da conservação do património natural e cultural tem crescido em Lousada, culminado com a criação e gestão da Paisagem Protegida Local do Sousa Superior, cujo objetivo é a promoção integrada da sustentabilidade do território do vale do Sousa Superior, com benefícios sociais, económicos e ambientais, sem esquecer o património cultural material e imaterial, numa promoção ativa da literacia ambiental, científica e cívica de toda a população.”

Ana Maria Pereira - Setor de Conservação da Natureza e Educação Ambiental do Município de Lousada

Sugestões de exploração dos conteúdos do vídeo em casa ou em sala de aula:

 

  1. Este vídeo foi todo filmado na Mata de Vilar no concelho de Lousada. Tal como em todo o repertório tradicional, independente da sua origem ou contexto, a música pode e deve ser uma companheira nas nossas tarefas individuais ou coletivas e também dos nossos tempos livres. Neste caso criámos uma situação de piquenique num espaço maravilhosos como o da Mata de Vilar para sublinhar que é sempre possível encontrar o que fazer mesmo sem termos grandes recursos. O lugar e a situação em que estamos podem definir o que fazer com o tempo e inspirar-nos a sermos criativos e a desenvolvermos coisas importantes da nossa personalidade e da nossa ligação com os outros. A prática musical é sem dúvida uma ótima forma descobrir novos caminhos no nosso dia-a-dia.

  2. Marrafinha. Pegando nos versos da Marrafinha, começar por ler e compreender o texto; depois repetir tudo do princípio em grupo e com o ritmo da canção (na versão falada/declamada); de seguida fazer o mesmo exercício mas desta vez cada criança pode iniciar uma quadra diferente (24 marrafinhas todas a fazer um doce – solo – 24 marrafinhas todas a fazer um doce – todos – Melro macho, molha o bico, das marrafas tenho 12 - 2x todos); em seguida podem substituir as rimas da canção por rimas novas criadas por todas as crianças ou por pequenos grupos; por fim cantar a canção seguindo os mesmos passos (primeiro todos, depois cada criança canta o início de cada quadra, depois cantam as quadras inventadas). O objetivo é ser, além do exercício de criatividade, um momento de desenvolvimento do desembaraço individual, de respeito e escuta coletiva. É importante criar um momento de desinibição, capacidade de improvisação e diversão em grupo, sem pressão. Podem inclusivamente encontrar rimas para os números que faltam (entre o 24 e o 12).Não faz mal se houver erros! Nós também nos fartámos de fazer asneiras no vídeo! Quem não arrisca não petisca… e na música, nada é irreversível!

  3. Jogo do dominó. Pegar em peças de dominó (as mais fáceis são as que vão de 0 a 4) e fazer jogos rítmicos. Mantendo uma pulsação, ler a combinação de peças de dominó de acordo com o número de bolinhas; cada metade da peça de dominó equivale a 1 pulsação. Pode ser lido sempre com a mesma sílaba (pan pan pan, tan tan tan, etc) ou pode-se usar palavras com tantas sílabas como bolinhas: 1 bolinha (pau, cão, pé, etc); 2 bolinhas (sil-va, ga-to, lu-a, etc); 3 bolinhas (ár-vo-re, cá-ga-do, már-mo-re, etc); 4 bolinhas (co-gu-me-lo, bor-bo-le-ta, co-to-ve-lo, etc); caso seja uma peça sem bolinhas, deve ser assumida como silêncio. Experimentar várias combinações, primeiro só com uma ou duas peças, depois com 3, 4, 5, de acordo com a capacidade e facilidade do grupo. Depois, dividir a turma em grupos, atribuir uma ou duas peças a cada um e fazer jogos de coordenação e atenção: todos mantêm a pulsação e o adulto aponta para cada grupo, decidindo quem diz a sua frase; todos dizem a sua frase ao mesmo tempo fazendo sobreposição rítmica (é importante que digam as suas frases baixinho, se não pode-se tornar muito confuso). O objetivo é que as crianças tenham contacto com o conceito de escrita rítmica através de uma brincadeira intuitiva.

  4. O passarinho. Ouvir e aprender a música usando o vídeo ou a partitura. Pegar em objetos que possam produzir som ou pequenos instrumentos que haja na sala e distribuir pelas crianças; se não houver nada por perto também se pode usar partes do corpo (pé no chão, palmas, mãos nas pernas ou no peito, etc). Primeiro cantam e tocam todos até a música ficar interiorizada; depois dividir a turma em pequenos grupos e atribuir-lhes diferentes quadras. A ideia é irem aprimorando a música até serem capazes de a repetir sempre da mesma maneira: encontrar ritmos com os objetos/instrumentos/partes do corpo, conseguir coordená-los com as diferentes quadras, descobrir e definir dinâmicas. Através do visionamento do vídeo e da experimentação, descobrir o que se deve fazer durante a performance musical: controlar o volume, ouvir os outros, não preencher demais, manter a afinação e atenção, saber a estrutura da música, ter cuidado com os inícios e os finais, etc…

  5. E já não vai bem. Esta canção é usada tradicionalmente quando quem está a cantar sente que algo não está a correr bem na sua performance. Alguém começa então esta melodia, levando o resto do grupo a encontrar-se nela para depois recomeçar a canção que estava a fazer inicialmente. É um recurso interessante para ensinar às crianças e deixá-las à vontade para o usar, quando sentem que algo corre mal na sua performance. É importante que tenham a capacidade de detetar erros e de o identificar verbalmente. Depois de aprendida a canção, explicar às crianças que podem usar esse recurso, que o resto do grupo deve juntar-se quando reconhece a melodia e, por fim, serem capazes de verbalizar qual foi o erro e como o corrigir, partindo depois para a sua correção.

  6. Erva cidreira. Canção com ritmo flexível que exige um foco especial na prosódia. Tem um espírito de contemplação e permite prolongar a última sílaba de cada frase até o grupo querer. Depois de aprendida a canção através do vídeo ou da partitura, trabalhar a escuta coletiva, coordenando a respiração antes de cada frase, o momento de dizer cada sílaba e o momento de acabar cada frase. Nestas canções sem pulsação, o grupo acaba por encontrar um ritmo coletivo confortável e há elementos que acabam por se colocar num posição de liderança e outros que se deixam dirigir. É um exercício engraçado para fazer com as crianças porque revela alguns aspetos curiosos da sua personalidade. Pode ser interessante atribuir a cada criança a responsabilidade de dirigir o resto do grupo sem precisar das mãos, apenas com a expressão facial, com a respiração e com a articulação das sílabas.

  7. Durante os exercícios é importante ir gerindo comportamentos e emoções que forem surgindo: nervosismo, vergonha, intolerância, impaciência, egoísmo, frustração, desrespeito. Através do visionamento do vídeo (sobretudo na secção dedicada aos erros típicos da execução musical inexperiente) e de pequenas situações que forem surgindo na aula, discutir o que pode ser melhor e como se podem resolver os problemas, procurando identificar os mesmos e encontrar soluções coletivas e individuais para a sua resolução.

Produção:

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Parceiro institucional:

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