Em terra seca
Búzios
MENU
Menu
- Aboios -
ABOIOS
A COMUNICAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DOS SONS
Ficha Artística e Técnica
Intérpretes/Criadores
Antony Fernandes
Carmina Repas Gonçalves
Cristina Repas Gonçalves
Tiago Manuel Soares
Captação e edição de vídeo e som
Abel Andrade
Direção Artística e elaboração de conteúdos pedagógicos
Carmina Repas Gonçalves
Produção
Projecto Cardo
A Lavra
Canção de trabalho, Torres Vedras
Aboio
Canção de trabalho, Torres Vedras
Cantiga da debulha
Canção de trabalho, Mafra
Lerar o gado
Canção de trabalho, São Pedro do Sul
Filmado na Aldeia de Quintandona, Penafiel e no Parque da Cidade do Porto
Objetivos específicos
-
Exploração dos sons do corpo
-
Exploração das potencialidades do som na comunicação
-
Consciência da relação entre volume de som e distância
-
Exploração do ouvido na perceção da direção e das características do som
-
Exploração das possibilidades de transformação de palavras e sons em música
Sugestões de exploração dos conteúdos do vídeo em casa ou em sala de aula:
Jogos para sons “pequeninos” a curta distância
-
Num círculo, pedir às crianças que explorem os sons “pequeninos” (baixinho, piano) do seu corpo: da boca, da língua, dos dentes, das bochechas, dos dedos, das mãos, da cara, etc. (ainda sem voz) de preferência um a um para desafiar também a escuta e a concentração.
-
Colocá-los dois a dois, um à frente com os olhos fechados, outro atrás com os olhos abertos; o de trás escolhe um som e explora-o, baixinho, junto dos ouvidos e à volta da cabeça do colega; depois, nas costas no mesmo colega, desenha com os dedos e as mãos o tipo de som que produziu (se foi curto e insistente, se foi longo e suave, etc), dando uma forma/sensação física ao mesmo. Por fim trocam. Podem repetir o exercício várias vezes com sons diferentes.
Jogo para exploração de sons “médios” a média distância
-
Num círculo, pedir às crianças que explorem os sons “médios” (mezzo piano, mezzo forte) do seu corpo: da boca, da língua, dos dentes, das bochechas, dos dedos, das mãos, da cara, da voz etc.
-
Colocá-los num círculo o mais amplo possível com uma criança ao centro de olhos fechados; o professor vai apontando para cada criança no círculo; uma de cada vez produz um som (tem de ser muito claro); a criança que está no meio deve adivinhar quem produziu o som; quando adivinha troca com a criança que emitiu o som.
Jogos para exploração de sons fortes a longa distância
-
No recreio ou num jardim, um terço do grupo esconde-se (cada um num sítio diferente) e emite um som forte que se possa ouvir ao longe; o resto do grupo segue o som até encontrar o colega escondido; quem for encontrado junta-se ao grupo que procura; depois de todos encontrados, troca-se o grupo que se esconde.
-
Colocar duas crianças em dois pontos distantes; colocar o resto da turma num espaço entre estes dois pontos; as duas crianças colocadas à distância experimentam formas de comunicar: se funcionam melhor com sons agudos, com sons graves, rápido, lento, que vogais viajam melhor pelo espaço, se se percebe o conteúdo, como fazer para um perceber quando é que o outro terminou a sua comunicação, etc.
Comunicar só com a expressividade do corpo e da voz
-
Jogo das línguas inventadas – Com as crianças num círculo, iniciar uma conversa numa língua inventada. Muitas crianças têm dificuldade neste jogo porque sentem muita vergonha. Começar com pequenas palavras sem sentido e ir pedindo que vão tentando construir frases. Numa primeira fase qualquer som serve, mas à medida que se vão sentindo mais à vontade, pode ser interessante condicionar as características da língua (mais aguda, mais grave, com sons da boca, só com a voz, etc). Também pode ajudar ouvirem línguas que existam para perceberem que há muitas possibilidades. Depois podem imitar alguns dos sons que ouviram nessas línguas mesmo sem saberem falá-las.
-
Contar pequenas histórias numa língua inventada – cada criança pensa numa pequena história e tenta contá-la com palavras que não existem tentando que todos entendam o conteúdo do seu discurso. No fim dizer em português o que pretendia expressar; uma ou duas crianças podem tentar dizer o que perceberam do discurso do colega.
-
Explorar sons e frases de comunicação com animais; ver os exemplos do vídeo, procurar e lembrar outros e experimentá-los. Podem experimentar comunicar como se fossem animais (da mesma espécie ou de espécies diferentes: gato/gato; cão/gato, etc…
Transformar e organizar sons para fazer música
-
Ouvir e aprender as quatro melodias ilustradas no vídeo. Experimentar várias formas de desenhar a mesma frase. Atenção que das 4 frases que exploramos no vídeo, só é possível articular duas a duas, uma vez que estão em compassos diferentes. Elas aparecem definidas na partitura da seguinte forma: ostinato 1 (melodia e percussão corporal) ostinato 2 (melodia e percussão corporal); Primeira parte (ritmo binário); Segunda parte (ritmo composto) – exatamente como ilustramos no vídeo.
-
Cantar as frases com a percussão corporal executada no vídeo; repetir cada frase até estar completamente memorizada; dividir o grupo em dois e experimentar sobrepor as duas frases que combinam (Ostinatos 1 e 2 da Primeira parte; Ostinatos 1 e 2 da Segunda parte).
-
Decidir em grupo o número de repetições de cada frase ilustrando essa estrutura no quadro da sala (com os desenhos).
-
Criar uma frase rítmica com percussão corporal ou sons que encaixe na primeira parte da música; criar uma frase rítmica com percussão corporal ou sons que encaixe na segunda parte da música.
-
Criar 3 grupos: grupo 1 mantém uma base rítmica (criada no ponto anterior); grupo 2 canta e percute o ostinato 1; grupo 3 canta e percute o ostinato 2. Fazer o exercício com as duas partes da música (binária e composta);
-
Aprimorar essa estrutura e realizá-la no intervalo para os colegas das outras turmas.
-
Em pequenos grupos de 4 ou 5 crianças, criar pequenas frases rítmicas ou melódicas baseadas nas experiências com sons do corpo e da voz no contexto da comunicação entre seres vivos; aprender todas as frases e ilustrá-las no quadro (ou em folhas); escolher uma ordem de execução (frase 1, frase 2, frase 3, frase 1, etc); definir o número de repetições por frase e por fim tentar, em conjunto, fazer tudo do início ao fim. Se por demasiado difícil articulá-las de seguida, adicionar pequenos momentos de ligação entre frases (por exemplo, 4 palmas, dois passos ou outros sons que prefiram). Tal como aparece exemplificado no vídeo, as frases podem-se sobrepor (com pequenas adaptações), pode-se fazer um canon (fazer a mesma frase começando-a em momentos diferentes), etc.
A CANÇÃO
Estes quatro ostinatos são pequenas frases retiradas de canções de trabalho tradicionais utilizadas para a condução do gado quer nas pastagens, quer no trabalho no campo, tais como a lavra ou a debulha.
As frases utilizadas foram organizadas da seguinte forma:
1ª Parte
(compasso binário simples 2/4 – divisão binária)
2ª Parte
(compasso binário composto 6/8 – divisão ternária)
Ostinato 1. Ababala aquele cantinho,
Ó delgadinha agora é que é monte...
Vai lá vai lá vai lá vai
Ostinato 2. Arriba o monte, arriba o monte
Vai lá vai lá vai lá vai, vai lá vai lá vai lá vai
Ostinato 1. Que ele é tarde e vai com o tempo,
Anda burrinho cá para dentro!
Ostinato 2. Ó calma aí, ó calma aí boi